Flora & Fauna de Loriga


A Serra da Estrela, que se estende por uma imensa área na Beira Alta, tem das mais importantes Fauna e Flora de Portugal, onde as diversas alterações climatéricas influenciam, particularmente, o que podemos encontrar nos vários locais.
Nas vertentes mais húmidas e umbrais abundam as carvalheiras e os soutos de castanheiros e alguns, raros, bosques de azevinhos, azereiros e folhados, que se destacam pela sua riqueza florística e cromática.
Nas altitudes mais elevadas, onde os Invernos são longos e rigorosos, cresce uma vegetação arbustiva dominada pelo zimbro. Nas zonas dos covões, depressões glaciárias, a acumulação de água permite a existência de prados de altitude.
Nas áreas quentes e secas de menos altitude e em encostas declivosas expostas a sul, os medronheiros, as azinheiras e os sobreiros. Nas margens das principais linhas de água desenvolve-se uma vegetação luxuriante por freixos, salgueiros e amieiros.
A condução secular dos rebanhos ao monte levou ao aparecimento de vastas áreas de matos onde predominam as giestas, as urzes, os sargaços, o rosmaninho e a carqueija, que na Primavera, durante a floração, dão cor à montanha.
A grande variedade florística coexiste com uma elevada diversidade de animais selvagens, uma importante riqueza faunística, onde se incluem espécies protegidas, muitas das quais têm uma distribuição restrita à Península Ibérica, como é o caso da lontra, a toupeira-de-água, a cegonha-negra, a águia-de-asa-redonda, a salamandra-lusitana, o lagarto-de-água e a lagartixa-da-montanha.
Merecem também referência espécies como a raposa, o coelho-bravo, o javali ou a perdiz e, ainda a truta, a boga e o bordalo que abundam nos principais cursos de água.
Loriga enquadrada em toda esta Fauna e Flora, fica situada na encosta sudoeste, precisamente, nos flancos do planalto superior da Serra da Estrela e instalada num esporão alongado, que se situa entre duas ribeiras que nascem no alto da montanha.


Ervas, plantas e flores e a sua utilização medicinal

Desde 1500 a.C. que existem os relatos de povos recorrendo às ervas e plantas na obtenção de benefícios medicinais. Mas sabe-se que a história dos Chás remonta de 2800 anos A.C., e está assentada nos costumes da velha China.
Como se sabe todas as plantas têm princípios activos, capazes de interferir a nível biológico se ingeridos pelo organismo humano. Destiladas, a maioria das plantas produz essências, álcool e gases combustíveis. Associadas a estas substâncias estão outras que, pela sua concentração, dão propriedades específicas às plantas, como é, por exemplo, o caso das papoilas que produzem o ópio.
Percorrendo a região de Loriga, encontrará nos seus campos, soitos e pinhais, as mais variadas espécies de plantas, flores e ervas, hoje muito utilizadas como chás medicinais, determinantes para suprimir ou melhorar um vasto leque de problemas de saúde. No entanto, no caso de desejar fazer uma provisão exacta das plantas, flores e ervas, é absolutamente necessário estar certo da melhor forma da sua utilização.
Em Loriga, foi sempre usual o consumo de chás, nomeadamente os chamados:- chá preto, cidreira, laranjeira, tília. Há alguns anos a esta parte que a população de Loriga se vem dedicando mais aos chás de ervas tradicionais. Por isso, é muito frequente as pessoas percorrerem os campos na procura de ervas, plantas e flores que fazem parte da flora da região e, que se podem encontrar um pouco por todo o lado, como é o caso da Flor da Carqueja, Malvas, Hipericão, Língua de boi, Barba de milho, entre outros.

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Aqui se documenta alguma da Flora, com algumas das plantas e flores mais predominantes que se podem encontrar em Loriga e região circundante e, geralmente muito utilizadas para chás medicinais.

Malvas
Inflamações agudas das vias urinárias,
afecções da boca, bronquite, colite,
prisão de ventre, gastrites, hipertensão,
varizes.

Hipericão vulgar
Para tratamento de doenças urinárias da
bexiga e rins, cicatrizante (tratamento de feridas
e queimaduras) utilizado ainda como anti-reumático.

Cidreira
Contra as perturbações da menstruação,
depressão, irritabilidade, sistema digestivo
e contra os espasmos gástricos.

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Tília
Espasmos de todas as naturezas,
contracções nervosas do tubo
digestivo, palpitações, enxaquecas,
nervosismo, insónias, vómitos,
diabetes, tosse convulsa, rouquidão.

Giesta
Pneumonias, bronquite, afecções cardíacas,
arritmia cardíaca, mau funcionamento
hepático, uremia, reumatismo, gota, sarampo,
inflamação das vias urinárias.

Dente de Leão
Purificador do tubo digestivo,
depurador do circulo renal,
diabetes, celulite, colesterol, reumatismo,
gota, insuficiência hepática
e contra a arteriosclerose.

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Laranjeira
Estimulante tónico, serve para contracção
dos músculos, indigestão, cólicas,
epilepsias, ciáticas e moléstias nervosas.
Tomar o chá feito com as folhas, flores e cascas.

Rosmaninho
É estimulante anti-pasmódico e tónico,
aconselhado para a asma húmida e catarros
crónicos. Falta de repouso, dificuldades no
sono e desequilíbrios funcionais do abdómen
superior irritação no estômago de origem
nervosa e desordens intestinais de origem nervosa.

Alecrim
Combate a fraqueza, depressão ou
asma, digestões difíceis, gastrite,
inflamação e dores de garganta, gripe,
circulação sanguina e por termo
ao cansaço.

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Flôr da Carqueijaqueijaqueijaqueijaqueija

Carqueija florida

Flor da carqueija seca

Carqueija
A carqueja é um arbusto esverdeado, na realidade uma planta espontânea e de muita abundância na região de Loriga, que cresce verticalmente até dois metros de altura e tem flores brancas-amareladas. É uma planta subarbustiva sem folhas, da família das Leguminosas e muito usada, em especial, como acendalha ou combustível.
Hoje em dia, é muito mais usada como medicinal, nomeadamente a sua flor, com utilização no tratamento de um vasto leque de doenças.

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Meliloto
Contra Espasmos gástricos, intestinais,
perturbações menstruais, insónias.

Silvas
Dores de garganta, digestões
difíceis, gastrites, hemorróidas,
anginas, diarreia, desenteria.

Feto
Contra reumatismo e artristismo.

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Outras plantas e flores, também muito comum na região de Loriga e utilizadas como medicinais

- Alfazema:- Contra nervosismo, insolação, vómitos asma, catarro, tosse convulsa, febres, artrite, colite, eczema, dores de estômago, sarna, gota, enxaquecas, doenças de baço.
- Camomila:- Contra as dores das enxaqueca, febre da gripe ou constipação, queimaduras, eczema, dores de estômago, cólicas do fígado e dos rins, insónias, nervosismo, reumatismo.
- Cerejeira:- Combate a gota, reumatismo, artritismo, bronquite e anti-inflamatório das vias urinárias.
- Cebola:- Contra dores de ouvidos, rouquidão, retenção de urinas, reumatismo, dores de gota, queimaduras, uricemia, enterite, hemorróidas, constipação, vertigens, insuficiência renal.
- Girassol:- Contra as dores de estômago.
- Chicória;. Combate prisão ventre, eczema, diversas perturbações dos intestinos, varizes, gota e artritismo.
- Hortelã:- Asma, tosse, bronquite, reumatismo, anginas de peito, artrose, colites, tosse convulsa, digestões difíceis, dores de estômago, vesícula, inflamação e dor de garganta, gases intestinais, nervosismo.
- Louro:- Digestivo, espasmos nervosos ao nível do estômago.
- Pirliteiro:- É calmante, contra perturbações do ritmo cardíaco, hipertensão, arteriosclerose, angina de peito.
- Sabugueiro:- Contra febres de constipação e gripes, sarampo, queimaduras, inflamações das vias urinárias, prisão de ventre.
- Urtiga:- Contra anemias, clorose, convalescenças, diabetes, cãibras, reumatismo, urticária, hemorróidas, gota, eczema, diarreias rebeldes, impotência, enuresia, ureia, artrite.
- Urze:- É uma planta considerada medicinal ( fins renais, reumatismo ) que pode ser encontrada com muita facilidade nas nossas áreas montanhosas. Aparece em zonas montanhosas e húmidas encontrando-se com facilidade nos nossos montes e vales.
- Zimbro:-Falta de apetite, cálculos urinários, cólicas nefríticas, prostatite, cistite, gota, reumático, asma, hipertensão, gases intestinais, insuficiência renal.

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Nota:- Existem ainda um vastíssimo número de espécies de flora, que se podem encontrar na região de Loriga, muito usual na aplicação medicinal, mas aqui ainda não documentadas.

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Considerando que sendo as plantas e flores produtos naturais, estão por isso mesmo sugeitos a possíveis alterações

Cuidados importantes a ter em conta:

-Secar as plantas ou ervas em locais resguardados do sol de preferência em casa.
-Conservar sempre as plantas ou ervas em locais secos e ao abrigo da luz.
-
Na preparaçã
o como Chã: Após levantar fervura, deixe em infusão durante cinco minutos.


Alguns tratamentos de doenças com métodos populares

Aqui se documenta algumas das doenças mais comuns e identificadas, ou também outras anomalias, em que os seus tratamentos são efectuados por meio de usos tradicionais, através de complementos de ervas medicinais, bebidas ou outros métodos populares, que também chegaram a ser muito usuais em Loriga e dos quais muitos loriguenses, hoje ainda se lembram de ouvir falar.

- Anemia (identifica-se por uma espécie de fraqueza física) - Aliviam-na os bolos de milho untados com azeite. Também um litro de vinho com gemas de ovo e açúcar.
- Anginas (amígdalas inflamadas) - Tomar mel. Aplicar um emplastro quente à volta da garganta (até aguentar a temperatura) e tomar uma bebida alcoólica (vinho) fervida com açúcar ou mel bem quente.
- Asma (identifica-se por uma tosse intensa, rouca e frequente) - Alivia-se fumando figueiras-de-inferno.
- Bexiga (infecções) - As melhores terapias que se conhecem é evitar as bebidas alcoólicas e beber abundantemente a água. Também as ervas como a salsa, o morangueiro, as barbas de milho, a carqueija ou qualquer chá de folha de lenhosas parecem acalmar os males da bexiga.
- Bichas - Esfregar as fontes da cabeça com alho, tomar diversos chás (absinto, hortelã, etc.) e fazer uma dieta apropriada à base de azeite e alimentos cozidos.
- Bronquite (inflamação dos brônquios) - Como para a asma, fumar figueiras-de-inferno ou então defumar-se com eucalipto ou loureiro. Alguns chás (como o de eucalipto) são aconselháveis.
- Calvície - Tratar-se da queda do cabelo numa zona específica (peladas). Ferver folhas de nogueira e lavar a cabeça com a água. Também se diz que o tabaco macerado pelo menos oito dias tem um resultado idêntico.
- Catarro (tosse e dores nas vias respiratórias) - Ferver vinho com açúcar ou com mel e bebê-lo. Sopa de frango e legumes onde se cozeu muita cebola.
- Constipação e rouquidão - Sopa de frango e muita cebola. Vinho quente com açúcar ou mel.
- Diabetes (insuficiência de insulina) - Dar açúcar aquando das crises. Tomar onze dias chá feito de dois ramos de alecrim, raiz de salsa, cominhos, raiz de madessilva, cinco pontas de pinheiro e cinco folhas de salva fervido cinco minutos em meio litro de água e adoçado com uma colher de açúcar.
- Diarreia - A aguardente com açúcar também é utilizada, assim como o trigo seco, o centeio, chá de marmeleiro e a água de pevides da cabaça.
- Dores de dentes - Para a dor de dentes o melhor remédio é o óleo de cravo-da-índia (ou o cravo esmagado). O álcool (aguardente) e o fumo de cigarro também são recomendados.
- Equimoses e pisa duras - Aplica-se uma bebida alcoólica e a seguir emplastros (como os de papas de linhaça).
- Erisipela - Caracteriza-se por rubor e temperatura geralmente na cara. É contagiosa. Cura-se com o ar do lume ou colocando um emplastro muito quente.
- Espinhela caída - Esta doença é caracterizada por uma astenia global com discurso depressivo. Colocar pimpinelas nas plantas dos pés. Untam-se os pulsos das pessoas com azeite e pendura-se numa trave ou numa porta, esfregando-a até a pessoa ficar extenuada.
- Febre - Banhos de água fria. Esfregar o doente com urtigas.
- Feridas e ferimentos - Estanca-se o sangue com a ajuda de garrotes, teias de aranha, açúcar e ligaduras. A saliva do cão acelera a cura, mas podem-se aplicar outras substâncias, sobretudo álcool.
- Fígado (dores) - Evitar as bebidas alcoólicas e beber apenas água. O chá de marroios e da erva de S. Silvestre também é aconselhável.
- Gota - A gota manifesta-se geralmente pelo inchar dos pés e uma dor aguda impedindo a marcha. Também podem existir dores nas outras articulações. Cura-se com uma dieta sem gorduras e sem bebidas alcoólicas. Por outro lado, pôr a zona atingida (geralmente os pés) em água salgada ou ferver folhas de nogueira e meter os pés nessa água à temperatura mais elevada que se puder aguentar. Dormir com os pés mais altos que o corpo.
- Gretas (pele e músculos cortados, sobretudo nas mãos, por causa do trabalho) - Esfregar com uma bebida alcoólica. Colocar sabão ou cera em cima das gretas.
- Gripe - Sopa de frango com muita cebola. Tomar também uma bebida alcoólica quente com açúcar ou mel.
- Hemoptises (escarros de sangue) - Xarope de uma bebida alcoólica (aguardente) com açúcar ou mel bem quente.
- Infecções na pele - Esfregar com uma bebida alcoólica. A raiz de urtiga, as folhas de nogueira, as malvas e a erva-de-sete-sangrias também atalham as infecções.
- Infecções da boca - Bochechar com uma bebida alcoólica. Desfazer ciganos, deixá-los a macerar em água e lavar a boca com essa água.
- Intestinos - Água, aguardente, nozes e pão. O farelo e a farinha parecem ser eficazes na regulação dos intestinos, assim como os legumes. Os chás de arruda, salva, caroço de marmelo ou artemísia também são indicados.
- Mordedura de cobras (sobretudo de víboras) - Alarga-se o sítio da mordedura com uma navalha e chupa-se o sangue para sair o veneno. Se for nos membros, usa-se o garrote para impedir o sangue de circular. Chá de casca de giesta bem concentrado.
- Mordeduras de abelhas e vespas - Coloca-se uma lâmina de aço no local da mordedura, ou então uma moeda, estes dois métodos alivia a dor e impede de inchar.
- Órgão genital feminino - Trata-se sobretudo dos corrimentos, que param lavando com água de malvas.
- Pedras nos rins - Beber muita água natural.
- Peito apertado (dores fortes aquando da inspiração) - Chá de duas folhas de eucalipto, hortelã-pimenta, raiz de alho, casca de cedro, raiz de carqueja e grão de erva-doce. Ferver cinco minutos em meio litro de água, adoçar com duas colheres de açúcar e tomar sete dias.
- Queimaduras - Água de cal, água gelada (gelo, neve). Quando a dor acalmar colocar um emplastro de sebo.
- Rins - Beber muita água e também chá de erva de S. Roberto.
- Sangue pisado - Passa em dois ou três dias se esfregado frequentemente com aguardente.
- Sarna (é devida a um ácaro que cava galerias na pele para aí depositar os ovos; manifesta-se por erupções e coceira) - Esfrega-se a pele abundantemente com uma bebida alcoólica. A água onde se ferveu flor de carqueja também resulta.
- Tensão (alta e baixa) - Substâncias contidas no pão de centeio regulam a tensão. O chá de oliveira parece também ser um regulador natural.
- Tosse - Chá de folhas de castanheiro ou de laranjeira.
- Tuberculose (identifica-se por uma tosse rouca e fraqueza geral) - Cura-se à base de murta, mel, açúcar e ovos. O que precisa é fabricar uma bebida bem quente que alimente o corpo e ao mesmo tempo arrebente com os micróbios.


Vida animal

É um verdadeiro mundo fantástico aquele que se pode ver por toda a região da Serra da Estrela, devido, em parte, à grande riqueza da flora existente por toda esta região, onde vamos encontrar muitas e variadas espécies de Insectos, Répteis, Batráquios e, mesmo Vermes, que têm ali o seu meio habitat.

Aves variadas

São muitas e várias as espécies de aves, que tem como habitat a região envolvente de Loriga e Serra da Estrela. Aqui se registam apenas algumas, de um leque vastíssimo de espécies que existem, muito fácil de se encontrarem num qualquer passeio de lazer que faça por esta região.

Águia

Coruja

Papa Figos

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Rouxinol

Cuco

Melro da água

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Rola

Gaio

Tordo

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Pardal

Pombo

Pintassilgo

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Andorinha

Melro

Cotovia

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Perdiz

Carriça

Cordoniz


Borboletas variadas

Insectos pertencentes à ordem do lepidópteros. Devido à riqueza da flora existente na Serra da Estrela, podem encontrar-se, por todo o lado, muitas e variadas espécies de Borboletas. Aqui se documentam apenas seis espécies dum grande número que se podem encontrar na região.

Borboleta Almirante Vermelho

Borboleta Amarela/Preta

Borboleta Coruja

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Borboleta Rabo Andorinha

Borboleta Flambeau

Borboleta Apolo


Répteis, Batráquios, Insectos

São muitas e variadas as espécies de animais rastejantes, insectos saltadores, batráquios, vermes e ainda outros, que predominam por toda a Serra da Estrela, onde encontram ali o seu habitat, de acordo com as estações do ano e respectivas temperaturas.

Sardão

Sardanisca

Cobra

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Cobra de água

Lacrau

Lagarta

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Libelinha (Santa Teresinha)

Gafanhoto

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Joaninha

Cigarra

Grilo


Agricultura de Loriga

A diversidade do terreno em Loriga, não permitiu a existência de grandes herdades de cultivo, por isso, os antepassados loriguenses tiveram de recorrer à arte da construção de socalcos por todo o lado, para que permitisse o aproveitamento das potencialidades dos terrenos, como terra de agricultura.
Num contacto visual com mais atenção, poderemos ver numa forma mais correcta, que em tempos já passados a produtividade efectiva era de certa maneira extensa, pois a área de socalcos (courelas) é uma existência real por todo o lado.
Junto do aglomerado da povoação ou em zonas mais afastadas, mesmo até terrenos em altitudes elevadas, estes socalcos (courelas) foram sempre potencialmente produtivos, sendo o milho, o produto agrícola mais cultivado.
A agricultura em Loriga, consistiu sempre em explorações agrícolas familiares e para consumo caseiro, que para além do milho, como se disse, a actividade agrícola mais predominante, baseava-se praticamente, como hoje em dia, no cultivo de centeio, batatas, feijão e feijocas, cebolas, nabiças, couves, cenouras, entre outros.
Hoje vive-se uma realidade bem diferente a grande maioria das terras de cultivo estão de "relva" como se diz na gira popular, bem como, algumas delas foram transformados em zonas habitacionais.

Loriga de outras eras
A Tapada da Redondinha era quase sempre cultivada com milho

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Plantação de Milho

Espigas de milho

Plantação de feijão

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Plantação de Nabiças

Plantação de Cebolas

Plantação de Couves

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Batatas brancas

Cavar a terra

Batatas vermelhas


Ginjeiras

Árvores da família das Rosáceas afim da cerejeira, produtoras de drupas ginjas que é frequentemente cultivada em Portugal.
Loriga, não é uma região de grande abundância de árvores de Ginjeiras, no entanto, um pouco por todo o lado e, espontaneamente, podem-se encontrar algumas destas árvores.
De qualquer das formas, em tempos passados as pessoas em Loriga, colhendo as ginjas que tinham ou comprando-as às pessoas que as traziam à praça para vender, confeccionavam doce de ginja, que sendo até muito fácil de fazer é de um sabor inconfundível, provavelmente pelo facto de ser confeccionado com os caroços e muito usual comer barrando em fatias de broa.


Marmeleiros

O marmeleiro é uma árvore da família das Rosáceas, muito cultivado em Portugal, especialmente por motivo da aplicação dos seus frutos (marmelos) no fabrico da marmelada.
Não sendo de grande cultivo estas árvores de fruto em Loriga, mesmo assim, vêm-se um pouco por todo o lado e tal como acontece por todo o país os seus frutos (marmelos) são utilizados no fabrico de mamelada, o que aliás, faz parte da doçaria regional portuguesa.
Em tempos antigos era como obrigatório confeccionar o doce de marmelada em Loriga, parece até, que não havia casa de família que não fizesse este doce. Por isso, ainda na recordação de muitos quando viam as tijelas de marmelada a secar à janelas das casas, dando uma imagem verdadeiramente pitoresca.


Abóboras

A Abóbora é um fruto (pepónio) da aboboreira, por vezes muito grande, hoje muito utilizado na confecção de doces, compotas e pratos de culinária. É um dos legumes com mais hidratos de carbono complexos, fornecendo betacaroteno, uma substância que se converte em vitamina A no organismo.
A
cabaça; carneira; chila; menina; porqueira; d´água, são as designações vulgares das espécies ou subespécies muito cultivadas em Portugal.
Antigamente, em Loriga, a maioria das espécies da abóbora era popularmente chamada por
"botelha", apesar de não haver uma grande cultura deste fruto, existia no entanto, um pouco por todo o lado. Noutros tempos, eram relativamente muito poucas as pessoas a confeccionar a abóbora na alimentação. Aliás, tempos houve, em que a abóbora era praticamente utilizada na alimentação dos animais.
Porém, hoje, a realidade é bem diferente. Além de ser muito utilizada na confecção de doces, é também muito apreciada e utilizada na comida, nomeadamente em sopa, feijoada e, também, muito inserida em pratos regionais.
A
cabaça, chila e menina, eram as espécies de abóbora que mais se cultivavam em Loriga mas, hoje em dia, também aparecem as outras espécies. Sendo muito procurada chegam a ser colhidas abóboras de grandes dimensões e com bastantes quilos.
Uma originalidade em Loriga, era a espécie da
cabaça em forma de 8, a qual depois de seca, era-lhe tirado o seu recheio e transformada em vasilha para bebida.



"Miscaros - Tortulhos" (Cogumelos)

"Miscaro"

Cogumelos da família das Poliporáceas, encontram-se com frequência em Portugal, normalmente nos pinhais, sendo também cultivados.
Na região circundante de Loriga, nascem com uma certa abundância, as espécies de cogumelos chamados "Míscaros brancos e amarelos" e o "Tortulho", que começam justamente por aparecer quando das primeiras humidades do Outono, sendo muito procurados para consumo caseiro, porque de facto são muito apreciados pela população desta localidade. Por isso e principalmente nos fins de semana são muitas as pessoas que percorrerem as matas e pinhais de Loriga, na sua colheita.
É necessário também ter um certo cuidado ao colher os "Míscaros" só devendo apanhar as espécies comestíveis, de maneira alguma colher espécies das quais não tenha a certeza ou mesmo que lhe sejam desconhecidas.

"Tortulho" ainda fechado


Apicultura em Loriga

A apicultura é uma actividade muito antiga, onde em registos antigos do Egipto, Mesopotâmia e Grécia, nos dão conta da criação de abelhas e a referência ao mel na Bíblia.
Devido há flora riquíssima da Serra da Estrela são, em enorme quantidade, os enxames de abelhas, que fazem desta região o seu meio habitat e que têm, por isso, uma grande importância na exploração do mel de excelente qualidade e de certa fama pelo país fora.
Na parte sudoeste da serra, onde Loriga está inserida, a actividade da Apicultura tem conhecido, através dos tempos, um certo crescimento. A exploração do mel nesta zona da serra tem, nos cortiços, o meio instrumental mais utilizado que, sendo colocados no meio do mato, são ocupados pelos muitos enxames de abelhas existentes por esta região.
Em muitos locais é visível ver muitos desses cortiços, nomeadamente na encosta da povoação do Fontão, uma localidade anexa a Loriga.
Em 28 de Abril de 2000, o mel da região da Serra da Estrela, foi galardoado no Concurso Internacional de Mel e Queijo de Montanha, realizado em Grenoble (França), tendo sido atribuído ao Apicultor Alberto Freire Marques, de Loriga, a medalha de Bronze.

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Castanheiros e Castanhas

O castanheiro pertencente à família das Castanáceas (ou Fagáceas) é uma árvore longeva, de folha caduca, que pode atingir mais de um milhar de anos de idade. As folhas têm entre 10 e 20 centímetros, são dentadas, mais claras na página inferior e translúcidas quando trespassadas pela luz solar.

Os seus frutos são as conhecidas e apreciadas castanhas. Aos 8, 10 anos, o castanheiro já dá fruto, no entanto, só depois dos 20 é que a frutificação passa a ser um fenómeno regular.
A sua produção mantém-se elevada mesmo quando já em idade avançada. Até aos 50 a 60 anos de idade, o seu crescimento é bastante rápido, retardando depois até ao fim da vida. Pode atingir os 45 metros de altura e a sua copa pode chegar aos 30 a 40 metros de diâmetro. Existem dois tipos de castanheiro o bravo e o manso consoante a forma de regeneração e o tipo de exploração que se pretende.
Na região de Loriga existem, com uma certa abundância (muitas até de grande porte) estas árvores nascidas espontaneamente, que se podem ver um pouco por todo o lado, todos os anos dão saborosas castanhas. A madeira do castanheiro e também muito preciosa é também muito aproveitada.

As Castanhas é o fruto comestível destas árvores, que gera a criação de diversos pratos (sopa, puré, estufadas, assadas, cozidas). Assadas e cozidas, são o meio mais usual, que quentes e boas, apetecem nos dias de frio da região.

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O castanheiro dá as Castanhas um fruto comestível, que gera a criação de diversos pratos (sopa, puré, estufadas, assadas, cozidas).
Assadas e cozidas, são o meio mais usual em Loriga, que quentes e boas apetecem e são muito apreciadas e que desde sempre também se usou os tradicionais "Magustos" que na época do Outono se realizam, a nível familiar, escolar e comunitário. Tal como acontece por outras regiões também em Loriga de comemora o Dia de São Martinho, tendo sempre presente as castanhas assadas.
Para além da tradicional utilização das castanhas serem assadas ou cozidas, hoje em dia este fruto do castanheiro faz parte da gastronomia moderna, na confecção dos mais variados pratos.


Oliveiras

Árvores de folhas persistentes da família das Oleáceas muito cultivada em Portugal, em que os seus frutos (azeitonas) são utilizados na alimentação e no fabrico do azeite.
Na realidade, Loriga, não é uma região de grande abundância de árvores de Oliveira, no entanto, um pouco por todo o lado, e espontaneamente, podem-se ver muitas destas árvores.
Em registos antigos, dão-nos conta de ter existido em Loriga, um Lagar de azeite, considerando isso como rara excepção, a exploração da azeitona nesta localidade, tem sido uma prática, que poderá entender-se, apenas, para o consumo alimentício e unicamente caseiro.


As Trutas

A Truta é da família dos salmonídeos, sendo o seu melhor meio habitar as águas frias, puras e cristalinas, nomeadamente dos rios, ribeiras, ribeiros, riachos.
Segundo relatos muito antigos, tempos houve, em que era em grande abundância as trutas nas ribeiras e ribeiros de Loriga, havendo mesmo alguma da população que se dedicava à pesca deste saboroso e magnifico peixe, que dava até para venderem.

Com os tempos, o facto de se tornar numa vila industrial e ainda as ribeiras irem perdendo o seu normal caudal, nomeadamente no verão, essa abundância foi escasseando, no entanto, foi sempre existindo, havendo mesmo alguns amantes da pesca, que percorriam as ribeiras e ribeiros de Loriga, para consumo caseiro.
Na década de 1960, e pelo facto de nessa altura praticamente deixar de existir trutas nas ribeiras de Loriga, as entidades responsáveis determinaram espalhar por toda a extenção das duas ribeiras
sementes de trutas, como na altura assim se dizia, tendo até sido proibido qualquer pesca durante cinco anos.
Não se considerando hoje em dia, que seja em grande abundância a existência de trutas nas ribeiras de Loriga, continua a existir este peixe um pouco por todo, consideradas muito saborosas e muito apreciadas.

Truta


O Cão "Serra da Estrela"

As origens desta raça canina não estão bem situadas no tempo, mas pode-se afirmar, sem úvida, que vêm de épocas remotas, pois já no tempo de Viriato, aquando das lutas entre Lusitanos e Romanos, ele existia nos Montes Hermínios e ajudava os seus habitantes nas artes bélicas.
É um cão considerado de luta e de guarda, de grande corpulência e de proporções harmoniosas e belas, apresenta uma boa musculação apoiada num suporte esquelético forte e bem desenvolvido.
A raça tem duas variedades de pêlo:- a de pêlo curto e a de pêlo comprido.
A segunda variedade, a de pêlo comprido, é considerada, pela maioria das pessoas, com a mais bela. Isto fez com que se deixasse quase de criar a variedade de pêlo curto.
O cão da serra chega atingir 72 cm de altura e 50 Kg de peso raça muito sóbria e de grande resistência à doença, muito pouco exige aos seus proprietários, a sua dedicação aos donos é sobejamente conhecida, não hesitando em perder a vida para salvar os seus donos, tendo para as crianças uma simpatia especial.
De "boa boca" come de tudo adora a liberdade, onde ande corra e cheire à vontade.

Os "Cães da Serra da Estrela" muito utilizados na guarda dos rebanhos são uns verdadeiros companheiros dos pastores.
Em épocas passadas, eram importantes na Serra da Estrela, tinham mesmo um papel fulcral nas defesa dos rebanhos nas lutas contra os lobos. Usavam à volta dos pescoço uma larga coleira em ferro com compridas pontas para se defenderem desses animais ferozes, que tinham na Serra da Estrela um dos seus meios habitar.


Os Lobos

Animal carnívoro, selvagem, da família dos canídeos, de pelagem predominantemente cinza (alguns são preto retinto), misturado com pelos brancos, negros e marrons.
O Lobo é um animal predador, sendo as ovelhas, os bovinos e outros animais de criação as principais presas para a sua alimentação.
Já foi muito comum a existência destes animais na Serra da Estrela, no entanto, hoje a sua extinção nestas paragens parece ser cada vez mais real.
Tempos houve em que os lobos abundavam por toda a serra, sendo conhecido como um animal maldito e prejudicial, onde os relatos nos davam conta dos seus defeitos: devorador de ovelhas, de cabras e por vezes de gado com mais envergadura ou mesmo atacando homens.
Não se conhecem relatos em Loriga, de os Lobos alguma vez chegarem ao povoado propriamente dito, mas o mesmo se não pode dizer da região circundante, nomeadamente nas quintas próximas, onde existem registos de terem aparecido, e de inclusivamente, tentarem atacar pessoas.
Dos Pastores e dos seus cães são muitos os relatos existentes, que nos dão conta das muitas lutas que chegaram a ter com os lobos na defesa dos seus rebanhos, que se tornava muito complicado quando os lobos atacavam em matilha. Neste caso os lobos usavam um método, por vezes com algum sucesso, que consistia em um grupo de lobos fazer-se perseguir pelo pastor ou pelos cães de guarda, enquanto um segundo grupo atacava o rebanho.


Os Javalis

Mamífero corpulento, artiodáctilo, porcino selvagem, da família dos Suídas. Em adulto os machos pesam cerca de 250 Kg e as fêmeas 150 Kg. Tem de comprimento 1 a 1,8 metros e de altura podem atingir 1 metro. É atribuído a este animal outras designações, como porco-montês, javardo, porco-bravo e, vive em média cerca de 20 anos.
Alimenta-se tanto de vegetais (frutos, bolotas, raízes), como de animais (insectos, vermes, ovos), ao procurar alimento, provoca grandes estragos nos campos cultivados. O javali passa grande parte do dia fossando a terra em busca de plantas e animais e torna-se furioso quando perturbado. A pelagem é rija e de cor acastanhada, os filhotes apresentam cor de terra clara com listras negras.
Este mamífero originário do Norte de África e sudoeste da Ásia, tem-se distribuído por quase toda a Europa. À cerca de quatro décadas começou a ser noticia na Serra da Estrela onde até então não se tinha conhecimento da existência destes animais.
Simultaneamente começaram a ouvir-se relatos que nos davam conta da existência deste animais já na região circundante de Loriga, que foram sendo cada vez mais noticia através dos anos. Alguns anos a esta parte tem-se conhecimento que a população destes animais
tem aumentado consideravelmente, nomeadamente, nestes últimos anos.

Javali adulto

Javalis bebes
(fotografados bem perto de Loriga-2006)


As Raposas

A raposa mamífero carnívoro da família dos Cânidas, muito ágil, esperto, manhoso e de pelagem castanho-avermelhada, tem um focinho esguio, rematado por umas orelhas longas e pontiagudas, e uma cauda espessa e vistosa com cerca de 50 cm de comprimento.
Devora muitos pequenos animais do que se alimenta, nomeadamente, coelhos, lebres, ouriços-cacheiros, também aves, peixes, insectos e ocasionalmente frutos silvestres e cultivados. Nas zonas rurais, por vezes assalta os galinheiros, tendo o hábito de matar em excesso, o que lhe vale uma má fama entre essas comunidades.
O que não caça e não come no próprio dia esconde para consumo superior. Chega a ter cerca de 20 esconderijos de comida, conseguindo lembrar-se de todos eles.
O corpo e a cabeça apresentam um comprimento que pode variar entre 60 a 90 cm, e um peso entre 5 a 10 kg. As fêmeas são sensivelmente menores que os machos
A época de acasalamento ocorre em Janeiro/Fevereiro e os nascimentos verificam-se na Primavera, tendo a gestação uma duração de cerca de dois meses. A ninhada uma por ano é geralmente composta por 4 a 5 crias.
A pele deste animal é procurada para agasalho, sendo muito frequente ser utilizada em casacos de senhoras.
Em Loriga dos tempos passados, eram muito frequente ouvir-se relatos sobre as raposas, que eram vistas um pouco por todo o lado, sabendo-se mesmo da existência de uma grande comunidade destes animais, o que não acontece hoje em dia.


"Zimbro"

Arbusto rasteiro e espontâneo com tronco e casca rugosa e cinzenta, que pertence à família das Pinásceas.
Sobrevive e tem como meio habitat terrenos expostos ao Sol, nas grandes altitudes, geralmente até aos 2.500 metros, por isso muito frequente na Serra da Estrela. Os seus bagos estimáveis ervem para tratamento e curas medicinais, sendo também muito utilizado em aguardente devido ao seu poder aromático e fertilizador.


Resina dos pinheiros

Resina dos Pinheiros

É um produto natural, viscoso, extraído dos pinheiros, de alto valor e de grande utilização industrial. É uma exploração muito comum em regiões de muitos pinhais, sobretudo no norte do país.
A exploração da resina dos pinheiros bravos na região de Loriga vem de longe, tendo até épocas de muita movimentação
laboral Há alguns anos a esta parte tem, no entanto, vindo a decrescer, devido, em parte aos muitos incêndios que se têm verificado e que têm devastado as florestas de norte a sul do país.


As Amoras

Fruto silvestre de arbustos do género Rubus, vulgarmente designados como silvas, da família das rosáceas. A amoreira-silvestre é composta por longos caules curvos, com espinhos curtos, levemente encurvados e aguçados. Quando os caules tocam no chão ganham frequentemente raízes laterais, dando origem a um novo pé de silva tornando-se uma espécie invasora persistente, colonizando vastas áreas por longos períodos. As plantas crescem até 3 metros. Os frutos são usados para a composição de sobremesas, compotas e, por vezes também vinho.
A região de Loriga é muito dada a silvados, por isso, por todo o lado se encontram este arbusto com o seu respectivo fruto da Amora. Só que é praticamente nulo a sua utilização.


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